Na última votação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), dezenove parlamentares decidiram contra a convocação de Fábio Luís, conhecido como Lulinha, filho do ex-presidente Lula, para prestar esclarecimentos sobre acusações de receber um suposto “mensalinho” de R$ 300 mil, totalizando R$ 25 milhões, do esquema do Careca do INSS. Essa decisão ocorreu em dezembro de 2025, após um depoimento à Polícia Federal ter revelado detalhes dessas transações financeiras. O governo orientou os seus membros a votar contra a convocação, classificando o depoente como “bandido” e acusando a oposição de tentar desviar o foco das investigações. Entre os que votaram contra a convocação de Lulinha estão Randolfe Rodrigues, Jussara Lima, Jaques Wagner, Eliazane Gama, José Lacerda, Chico Rodrigues, Augusta Bruto, Leila Barros, Teresa Leitão, AJ Abulquerque, Cleber Verde, Orlando Silva, Ricardo Atres, Dorivaldo Malafaia, Dagoberto Nogueira, Paulo Pimenta, Alencar Santana, Bruno Farias e Rogério Corrêa.
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O contexto institucional em que essas votações ocorreram é marcado por uma série de revelações sobre o esquema conhecido como “Farra do INSS”, que foi revelado por reportagens premiadas do Metrópoles. O depoimento de Edson Claro, conhecido como “Careca do INSS”, à Polícia Federal, detalhou pagamentos de R$ 25 milhões a Lulinha, além de uma “mesada” de cerca de R$ 300 mil. Essas acusações levantam questões importantes sobre a possível participação de familiares de figuras políticas em esquemas de corrupção e sobre a necessidade de transparência e responsabilidade nos processos de investigação. A bancada do governo tentou desqualificar Edson Claro, acusando-o de ser “bandido”, enquanto o PT também votou contra a convocação do depoente. A decisão de não convocar Lulinha pode ter implicações práticas significativas para o andamento das investigações e para a percepção pública da gestão do atual governo.
A votação também revela as divisões dentro da comissão e as differentes posições dos partidos políticos em relação às investigações. Além dos dezenove parlamentares que votaram contra a convocação de Lulinha, doze outros votaram a favor, incluindo Styveson Valentim, Izalci Lucas, Eduardo Grão, Jorge Seif, Rogério Marinho, Damares Alves, cabo Gilberto Silva, Coronel Chrisóstomo, Adriana Ventura, Alfredo Gaspar, Fernando Rodolfo e Marcel Van Hattem. Essas divisões refletem as tensões políticas e as diferentes prioridades dos partidos em relação às investigações sobre corrupção. A decisão de convocar ou não Lulinha para prestar esclarecimentos é apenas um capítulo das complexas negociações e manobras políticas que caracterizam o funcionamento da comissão.
A decisão de não convocar Lulinha para depor na CPMI pode ter consequências de longo prazo para a própria comissão e para as investigações sobre o esquema do Careca do INSS. A capacidade da comissão de cumprir seu mandato e realizar investigações eficazes depende da disposição de seus membros de buscar a verdade e de responsabilizar aqueles que possam ter cometido irregularidades. A votação sobre a convocação de Lulinha é um teste importante para a independência e a eficácia da comissão, e suas consequências podem influenciar a percepção pública da gestão do atual governo e da capacidade do sistema político de lidar com a corrupção.