Hondurenhos votam neste domingo, 30 de novembro de 2025, para eleger presidente, 128 deputados e cerca de 300 prefeitos. O país, com 6 milhões de habitantes, tem como candidatos Rixi Moncada (Libre), atual ministra do governo de Xiomara Castro, Salvador Nasralla (Partido Liberal) e Nasry Asfura (Partido Nacional). As três chapas aparecem empatadas tecnicamente nas últimas pesquisas, num pleito que ocorre sob estado de emergência vigente desde 2022.

A eleição marca o quarto ano consecutivo de excepcionalidade jurídica, decretada para combater gangues e narcotráfico, mas que ainda não reduziu a influência territorial das maras. A fragilidade institucional foi exposta nas primárias de março: urnas entregues com atraso pelas Forças Armadas, abertura tardia de seções e denúncias de fraudes. O Tribunal Supremo Eleitoral, reformado em 2023, respondeu com ajustes logísticos, mas a confiança na contagem oficial permanece baixa entre observadores nacionais e internacionais.

O governo de Xiomara Castro prometeu romper com o legado do “narco-Estado”, porém viu sua narrativa abalada em 2023, quando vídeo mostrou Carlos Zelaya, irmão do ex-presidente Manuel Zelaya, recebendo US$ 550 mil de traficantes para a campanha de 2013. A gravação levou o Ministério Público a abrir investigação em curso, sem denúncias formalizadas até o momento. A oposição conservadora usa o caso para questionar a lisura do atual processo eleitoral, enquanto o Libre sustenta que as instituições seguem funcionando com autonomia.

As consequências práticas do resultado serão sentidas imediatamente no Congresso, onde a próxima administração precisará articular maioria para renovar, ou não, o estado de emergência e aprovar o orçamento de 2026. A continuidade da política de segurança pública, que combina patrulhamento militar e programas sociais, depende da aliança entre o Executivo e os partidos que controlarão a Assembleia Legislativa a partir de janeiro.

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