Em vitória do governo, CPMI do INSS rejeita convocar Jorge Messias

Neste dia 4 de dezembro de 2025, a Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS rejeitou, por quase 19 votos a 11, a convocação do advogado-geral da União e indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF), Jorge Messias, em uma vitória do governo Lula. O AGU enfrentava resistências dentro do Senado, sobretudo pela preferência do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e de outros senadores, que haviam defendido a indicação do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A possibilidade de convocação de Messias poderia ter prejudicado ainda mais a busca pelo apoio de votos no Senado para sua aprovação como ministro do STF.

A oposição argumentava que a Advocacia-Geral da União (AGU) teria recebido denúncias relacionadas ao rombo no INSS durante o mandato de Messias como advogado-geral e que a instituição teria permanecido omisa em relação a essas denúncias. Por outro lado, os governistas alegaram que a convocação seria um oportunismo em decorrência da conjuntura política atual.

Ao refletir sobre o contexto institucional, é importante observar que a CPMI está realizando a última sessão do ano e previsão era encerrar os trabalhos em março. No entanto, o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), expressou a intenção de pedir a prorrogação dos trabalhos por mais 60 dias. Essa decisão, no entanto, depende do presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, que tem precedentes de não estender os trabalhos de inquéritos, como havia ocorrido em uma CPI que investigava as betembi em tempos passados. Durante o período, também foram rejeitadas as convocações do empresário Fábio Luiz Lula da Silva, conhecido como Lulinha, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como dos CEOs de bancos e a Zema Crédito. Neste dia, no entanto, foram aprovadas a convocação do governador de Minas Gerais e de Daniel Vorcaro, dono do Master. A rejeição das convocações dos CEOs e Lulinha, e a aprovação de Vorcaro, refletem as disputas de poder internas na CPMI e a luta política por influência.